segunda-feira, 31 de maio de 2021

Atividades de consciência fonológica

 https://institutoneurosaber.com.br/atividades-para-estimular-a-consciencia-fonologica/



A consciência fonológica é a base para a alfabetização. Toda criança, tenha ela algum transtorno do 

desenvolvimento ou não, precisa desenvolver essa habilidade para estar pronta para se alfabetizar. 

A aprendizagem da leitura e da escrita, passa pela consciência fonológica, por isso é tão importante a 

sua estimulação.
O desenvolvimento da consciência fonológica é um caminho natural que leva a criança a se preparar para 

a alfabetização, principalmente se for pela metodologia fônica. Ainda assim, existem atividades práticas que

 ajudam a criança a desenvolver essa habilidade, ou seja, a percepção de que a fala está divida em

 palavras que emitem diversos sons, semelhantes e distintos. 
Veja, neste artigo, atividades para a aprendizagem infantil que estimulam a

 consciência fonológica nas crianças pequenas.

O que é a consciência fonológica

A consciência fonológica é uma habilidade metacognitiva, ou a capacidade de perceber que a fala pode ser 

separada em palavras, que podem ser divididas em pedaços (sílabas) e que, mais adiante, podem ser 

divididos em fonemas.
A criança descobre o que é uma palavra: a organização dos sons em uma determinada sequência que se 

estrutura com significado. Para conseguir juntar o “l” com o “a” e formar “la”, já na alfabetização, primeiro a 

criança precisa ter essa percepção sonora.
Dessa forma, a consciência fonológica — habilidade de perceber os sons, as sílabas e as palavras — 

é uma habilidade precursora para a alfabetização. Para trabalhar a consciência fonológica na aprendizagem infantil,

faça atividades que estimulem o desenvolvimento da percepção sonora.
Listamos algumas atividades simples que estimulam a consciência fonológica na aprendizagem infantil. Confira!

Atividades para estimular a consciência fonológica

O desenvolvimento da consciência fonológica envolve diversas etapas e a consciência silábica é uma delas. 

A consciência silábica é a percepção de que a palavra pode ser separada em pedaços. Como trabalhar essa 

habilidade com crianças pequenas?
Para desenvolver a consciência de sílaba, a criança precisa de outra habilidade, a capacidade de análise. 

Muitas professoras fazem a atividade de falar uma palavra e bater palma a cada sílaba, enquanto pronuncia em 

voz alta. É um bom exemplo, mas pode não funcionar com crianças com autismo ou TDAH. Veja algumas opções:

Atividade com figuras de animais e massa de modelar

Você vai precisar de massa de modelar e figuras de animais. Faca, com a criança, bolinhas de massinha e mostre a

 figura de um animal. Por exemplo, se for um elefante, fale o nome do animal em voz alta e use uma bolinha para 

cada pedacinho de sílaba pronunciada, mostrando para a criança. Coloque as bolinhas em cima da figura e faça o 

mesmo com figuras de outros animais. 
Algumas figuras vão ficar com muitas bolinhas, outras com poucas. Você fazer perguntas para a criança que a ajude

 a ter essa percepção, como, por exemplo: qual a palavra é maior? Qual tem mais bolinhas? E assim por diante.
Essa atividade ajuda a criança a perceber que cada vez que ela fala uma palavra, ela a divide em pedacinhos. 

Uma habilidade fundamental para adquirir a consciência de sílaba.
Usando as mesmas figuras de animais, você pode fazer outra atividade para trabalhar a capacidade de síntese 

silábica, ou seja, a capacidade de juntar os pedaços e formar uma palavra. Você pega uma figura e pronuncia o 

nome do animal devagar, sílaba por sílaba, em voz alta para a criança e pede para ela juntar os pedaços e dizer o 

nome do bicho. Por exemplo: e – le – fan – te. Qual é o nome? Elefante!
Essa atividade é simples, mas muito eficaz. Falar os pedacinhos da palavra trabalha a memória, ajuda a criança a 

prestar atenção e perceber que, ao juntar os pedacinhos, se forma uma palavra.

Atividades com rimas

As rimas são ótimas ferramentas para desenvolver a consciência fonológica na aprendizagem infantil. Ela ajudam a 

criança a identificar padrões na fala e nos sons das palavras. Contar histórias, ler poemas e cantar canções com

rimas são ótimas atividades para desenvolver a consciência fonológica de forma divertida.

Atividades com músicas

Assim como as rimas, as músicas infantis são ótimas para desenvolver a consciência fonológica. Cantar essas 

canções com as crianças, ajuda a memorizar as letras e favorece o aprendizado dos sons das palavras.

A consciência fonológica é a base da alfabetização

Já deu para entender a importância de estimular a consciência fonológica na aprendizagem infantil, não é mesmo? 

Quando as crianças conseguem identificar os sons das palavras, já estão prontas para aprender a manipulá-los 

oralmente. 
Nesse momento então, as crianças já têm a base para entrar no processo de reconhecimento visual das letras.

É muito importante respeitar essas etapas para a alfabetização transcorrer com sucesso.
 
Restou alguma dúvida? Deixe nos comentários.
 
Referências:
https://www.scielo.br/pdf/pee/v14n1/v14n1a11
https://leiturinha.com.br/blog/consciencia-fonologica/


quinta-feira, 27 de maio de 2021

Níveis de escrita - 5

 Pnaic


http://pedagogia-unimontes.blogspot.com/2011/11/niveis-da-escrita.html


SEXTA-FEIRA, 11 DE NOVEMBRO DE 2011

NIVEIS DA ESCRITA

 OS NÍVEIS DA ESCRITA  DE ACORDO COM EMÍLIA FERREIRO

                  Emília Ferreiro afirma que existe um processo de aquisição da linguagem escrita que precede e excede os limites escolares. Precede-os na origem; e os excede em natureza, ao diferir de maneira notável do que tem sido considerado até agora como o caminho “normal” da aprendizagem (e, portanto, do ensino).
                  Numa sociedade alfabética, ninguém ensina as crianças como escrever silabicamente, no entanto elas inventam esse tipo de escrita construindo ao mesmo tempo um poderoso esquema interpretativo.
                  Sabemos que a criança passa por uma série de passos ordenados antes que compreenda a natureza de nosso sistema alfabético de escrita, e que cada passo caracteriza-se por esquemas conceituais específicos. Esses esquemas implicam sempre um processo construtivo nas quais as crianças levam em conta parte da informação dada, e introduzem sempre, ao mesmo tempo, algo de pessoal. O resultado são construções originais, tão estranhas a nosso modo de pensar, que, à primeira vista, parecem caóticas, mas é o caminho para o desenvolvimento da leitura e escrita.

NÍVEL PRÉ-SILÁBICO

                  As partes da escrita não correspondem às partes do nome. Fase gráfica primitiva – símbolos e pseudoletras, misturadas com letras e números. As crianças escrevem letras, bolinhas e números, como se soubessem escrever, sem uma preocupação com as propriedades sonoras da escrita. Nesse nível a criança explora tanto critérios qualitativos (varia o repertório das letras ou a posição das mesmas, sem alterar a quantidade) ou critérios quantitativos (varia a quantidade de letras de uma escrita para outra, sem preocupação com as propriedades sonoras). Para elas a leitura e a escrita só são possíveis se houver muitas letras (mais de 3 ou 4), e letras diferentes e variadas.
                  Segue alguns exemplos de crianças de 3 anos do maternal, e 4 anos do 1º período, de uma escola municipal:














NÍVEL SILÁBICO

     É a descoberta de que a quantidade de letras com que vai escrever uma palavra pode ter correspondência com a quantidade de partes que se reconhece na emissão oral. “ Pedaços sonoros” , essas partes são as sílabas e em geral, a criança faz corresponder uma grafia a cada sílaba. Inicia-se assim o período silábico, que evolui até chegar a uma exigência rigorosa. A criança já aceita palavras com uma ou duas letras. Esse nível representa um salto qualitativo da criança, que supera a etapa da correspondência global entre a forma escrita e a expressão oral atribuída.
                  Crianças que iniciam o ano na fase silábica ou silábico-alfabético, no segundo semestre, a maioria delas já estão no nível alfabético.
Exemplo: TO  MA  TE
                   O   A     E  
                  Segue alguns exemplos de crianças com 5 anos do 2º período, e 6 anos da fase introdutória de uma escola municipal.








NÍVEL SILÁBICO-ALFABÉTICO

      Nesse nível existem duas formas de correspondência entre sons e grafias: silábica (sílaba é o som produzido por uma só emissão de voz) e alfabética (análise fonética e/ ou análise dos fonemas, que são os elementos sonoros da linguagem e têm nas letras o seu correspondente). A criança escreve parte da palavra aplicando a hipótese silábica, de que para se escrever uma sílaba é necessário apenas uma letra. Costuma usar somente as vogais, porque combina com uma porção de palavras, mas para eles em uma palavra, não pode repetir a mesma letra duas ou mais vezes numa escrita, pois assim o resultado será algo “não legível”. Nesse nível, a criança já começa a acrescentar letras na primeira sílaba.
Exemplo: TIAGO, escreveu-se TIAO
                 CAVALO, escreveu-se KVAO
                  Este tipo de escrita tem sido considerado tradicionalmente como “omissão de letras”. E verdade que do ponto de vista da escrita adulta convencional, faltam algumas letras, mas do ponto de vista do sujeito em desenvolvimento ”a criança”, este tipo de escrita é “acréscimo de letras”, porque está introduzindo mais letras que a sua análise silábica previa.
                  O período silábico-alfabético marca a transição entre os esquemas prévios a serem abandonados e os esquemas futuros que virão ser construídos. Começam então, a descobrir que a sílaba pode ser escrita com uma, duas, três ou mais letras, que o som não garante a identidade de letras, nem a identidade de letras a de sons, partindo assim para o nível alfabético. 
                Segue alguns exemplos de crianças com 5 anos do 2º período de uma escola municipal:










NÍVEL ALFABÉTICO

                   Caracteriza-se pela correspondência entre fonemas e grafias. Geralmente as crianças já conseguem ler e expressar graficamente o que pensa ou fala. Compreende a logicidade da base alfabética da escrita. 
Exemplo: G + A = GA    /      T + O = TO , formando assim a palavra GATO.
                   Nesse nível, têm a distinção de letra e sílaba, palavra e frase.  A análise se aprimora e é possível a compreensão de que uma sílaba pode ter uma, duas ou três letras, mas ainda se confunde, ou se esquece de algumas letras. Muitas vezes centra sua escrita na sílaba, perdendo a noção do todo. Portanto o trabalho com sílabas dá um apoio para a escrita e possibilita uma conscientização do processo. 
                  A análise se aprimora e é possível a compreensão de que uma sílaba pode ter uma, duas ou três letras.
                  Segue alguns exemplos de crianças com 5 anos do 2º período, e 6 anos da fase introdutória de uma escola municipal.















CONCLUSÃO


                  Sabemos que a criança passa por uma série de passos ordenados antes que compreenda a natureza de nosso sistema alfabético de escrita, e que cada passo caracteriza-se por esquemas conceituais específicos. Esses esquemas implicam sempre um processo construtivo nas quais as crianças levam em conta parte da informação dada, e introduzem sempre, ao mesmo tempo, algo de pessoal. O resultado são construções originais, tão estranhas a nosso modo de pensar, que, à primeira vista, parecem caóticas, mas é o caminho para o desenvolvimento da leitura e escrita.
                   É muito difícil julgar o nível conceitual de uma criança, considerando unicamente os resultados, sem levar em conta o processo de construção. Só a consideração conjunta do resultado e do processo permite-nos estabelecer interpretações significativas.


REFERÊNCIAS


BARBOSA, José Juvêncio. Alfabetização e leitura. (coleção magistério-série formação do professor). 2 ed. São Paulo:  Cortez Editora, 1994.


FERREIRO, Emília. Reflexões sobre alfabetização. 24 ed. São Paulo: Cortez Editora, 2001. 104 p.


FERREIRO, Emília. Alfabetização em processo. São Paulo: Cortez Editora, 1980. Autores Associados.


KLEIMAN, Ângela. Oficina de leitura: Teoria e prática. 10 ed. Campinas: Pontes, 2004. p.15-30.


SILVA, Maria Alice S. Souza e. Construindo a leitura e a escrita: Reflexões sobre uma prática alternativa em alfabetização. São Paulo: Editora Ática, 2003. 76 p.





Níveis de escrita - 4

 

https://www.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/educacao/niveis-de-escrita-e-leitura/53652

Níveis de escrita e leitura

Níveis de escrita e leitura
PEDAGOGIA
A criança passa por vários passos antes de compreender o sistema alfabético de escrita, sendo assim, cada passo possui características específicas no aprendizado. Cada fase concluída é sempre um processo construtivo para a criança que retém o que aprende e ao mesmo tempo consegue inserir estes dados para algo pessoal, de forma a serem exibidas de forma um pouco estranha, mas é este o caminho para o desenvolvimento da leitura e escrita.

Nível Pré-silábico:

- Demonstra intenção de escrever por meio do traçado linear com formas diferentes;

- Caracteriza uma palavra com a letra inicial;

- Não estabelece vínculo entre fala e escrita;

- Usa letras do próprio nome ou então números e letras da mesma palavra;

- Apresente leitura global, individual e instável do que escreve de modo que só ela sabe o que desejou escrever.

Nível Silábico:

- A criança tenta fonetizar a escrita e dar valor sonoro para as letras;

- Já desconfia que a escrita representa a fala;

- Já desconfia que a menor unidade de língua seja a sílaba;

- Em frases, pode escrever uma letra para cada palavra.
Nível Silábico-Alfabético:

- Entende que a escrita é representada pelo som da fala;

- Realiza uma leitura termo a termo (não global);

- Já realiza combinações de vogais e consoantes em uma mesma palavra, sendo então uma tentativa de combinar sons.

Nível Alfabético:

- Entende que a escrita possui uma função social;

- Entende o modo de construção do código da escrita;

- Não apresenta problemas de escrita no que se refere a conceito;

- Não é léxica nem ortográfica.

Antes de compreender o sistema alfabético a criança passa por vários passos, sendo que cada um é caracterizado por conceitos e esquemas específicos, de modo que os mesmos implicam para um processo construtivo onde a criança leva em conta parte da informação dada, e coloca sempre, ao mesmo tempo, algo de pessoal. Tudo isso faz parte das construções originais, que no nosso modo de pensar pode ser estranho, mas é esse a passagem para o desenvolvimento da escrita e da leitura.

Colunista Portal - Educação
O Portal Educação possui uma equipe focada no trabalho de curadoria de conteúdo. Artigos em diversas áreas do conhecimento são produzidos e disponibilizados para profissionais, acadêmicos e interessados em adquirir conhecimento qualificado. O departamento de Conteúdo e Comunicação leva ao leitor informações de alto nível, recebidas e publicadas de colunistas externos e internos.

Níveis de escrita-3

 SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO SUPERINTENDÊNCIA DA EDUCAÇÃO DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO BÁSICA 

CURITIBA 2015 

Para um começo de conversa... 


 

Carta Iconográfica Um índio e sua mulher tiveram uma discussão, ele queria ir caçar, e ela não. Ele pegou seu arco e flechas e encaminhou-se para a floresta. Surpreendido por uma tempestade de neve ele procurou proteger-se. Avistou duas tendas, examinou-as, mas descobriu que abrigava duas pessoas doentes: numa delas havia um garoto com sarampo, na outra um homem com varíola. Ele afastou-se o mais rápido que pôde e logo aproximou-se de um rio. Vendo peixes no rio, ele apanhou um deles, comeu e descansou por ali uns dois dias. Depois pôs-se a caminhar de novo e avistou um urso. Disparou uma flecha contra ele, matou-o e fez um belo banquete. Em seguida partiu novamente e viu uma aldeia indígena, mas como eles se mostraram inimigos, fugiu e foi até um pequeno lago. Enquanto caminhava ao longo do lago, apareceu um cervo. Ele matou-o com uma flecha e arrastou-o para sua cabana, para sua mulher e seu filhinho”.  

Conceito de alfabetização e Letramento 

Processo de aquisição da língua (oral e escrita) 

Processo de desenvolvimento da língua (oral e escrita)  

Alfabetização e Letramento 

“[...]no quadro das atuais concepções psicológicas, linguísticas e psicolinguísticas de leitura e escrita, a entrada da criança (e também do adulto analfabeto) no mundo da escrita ocorre simultaneamente por esses dois processos: pela aquisição do sistema convencional de escrita – a alfabetização – e pelo desenvolvimento de habilidades de uso desse sistema em atividades de leitura e escrita, nas práticas sociais que envolvem a língua escrita – o letramento.” (SOARES, 2003) 

A alfabetização, além de representar fonemas (sons) em grafemas (letras), no caso da escrita e representar os grafemas (letras) em fonemas (sons), no caso da leitura, os aprendizes, sejam eles crianças ou adultos, precisam, para além da simples codificação/decodificação de símbolos e caracteres, passar por um processo de “compreensão/expressão de significados do código escrito” (SOARES, 2013, p. 16). 

 

Linguagem oral 

Linguagem escrita 

Há uma especificidade morfológica, sintática e semântica da língua escrita: não se escreve como se fala, mesmo quando se fala em situações formais; não se fala como se escreve, mesmo quando se escreve em contextos informais. 

Uso de recursos como gestos, expressão – a compreensão é contemporânea, não é possível voltar atrás, refazer o caminho, em busca de melhor compreensão, ou de mais adequada expressão. 

Necessidade de explicitar alguns significados que na língua oral são expressos por meios não verbais. 

APRENDIZAGEM INICIAL DA LÍNGUA ESCRITA 

ALFABETIZAÇÃO LETRAMENTO 

Aquisição de uma tecnologia: o sistema alfabético e ortográfico 

Desenvolvimento  de habilidades de uso da tecnologia da escrita 

Condicionantes do processo de alfabetização 

• Processo de alfabetização sofre com a marca da discriminação; • A escola valoriza a língua escrita e censura a língua oral espontânea que se afaste da língua ‘culta’; • Crianças de classes privilegiadas adaptamse  mais facilmente às expectativas da escola. 

Língua oral culta ou língua escrita X Práticas linguísticas das crianças de classes populares 

Dialetos diferentes 

Essas práticas são rejeitadas pela escola e, mais que isso, atribuídas a um ‘déficit linguístico’, que seria acrescentado a um ‘déficit cultural’, conceitos insustentáveis, quer do ponto de vista científico (segundo as ciências linguísticas e as ciências antropológicas, línguas e culturas são diferentes umas das outras, não melhores ou piores), quer do ponto de vista ideológico. 

Implicações educacionais 

• Métodos de alfabetização • Materiais didáticos para a alfabetização 

Psicogênese da Língua Escrita 

• Emilia Ferreiro e Ana Teberosky; • Meados da década de 70; • Passa a entender a alfabetização não como um simples método a ser seguido pelos professores para que os estudantes decorem e se apropriem do alfabeto, mas como um processo complexo e multifacetado, que ocorre quando esses estudantes se apropriam do sistema de escrita alfabética. 

Contribuições da Psicogênese • Descreveu como as crianças  se apropriam da cultura escrita; • Não prescreveu uma metodologia ou inventa práticas pedagógicas de alfabetização; • Forneceu um instrumento ao professor para aferir os conhecimentos linguísticos das crianças; • Entendeu que a partir da escrita espontânea a criança pensa sobre as regras que constituem o sistema de escrita, ou seja, a criança se apropria e internaliza o seu conhecimento. 

 

Sistema de Escrita Alfabética 

Sistema Notacional 

Sistema em que existe um conjunto de regras que definem como os símbolos (letras) funcionam para poder substituir os elementos que registram (sons).  

A aprendizagem dessas “regras e convenções do alfabeto não é algo que se dá da noite para o dia, nem pela mera acumulação de informações que a escola transmite, prontas, para o alfabetizando” (MORAIS, 2012, p. 48), mas por um percurso evolutivo em que “os aprendizes precisam dar conta de dois tipos de aspectos do sistema alfabético: os conceituais e os convencionais” (MORAIS, 2012, p. 50),  

Aspectos do Sistema de Escrita Alfabética 

Conceituais 

Entender que as letras representam sons e como essas letras são organizadas para criar essas representações 

Convencionais 

Entender que as regras adotadas e que podem ser mudadas por acordo social 

Artur Gomes de Morais, em seu livro ‘Sistema de Escrita Alfabética’, apresenta um quadro com um conjunto de propriedades que os alunos precisam reconstruir para se tornarem alfabetizados... 

 

1. Escreve-se com letras, que não podem ser inventadas, que têm um repertório finito e que são diferentes de números e de outros símbolos; 2. As letras têm formatos fixos e pequenas variações, que produzem mudanças em sua identidade (p, q, b, d); 3. A ordem das letras no interior da palavra não pode ser mudada; 4. Uma letra pode se repetir no interior de uma palavra e em diferentes palavras, ao mesmo tempo em que distintas palavras compartilham as mesmas letras; 5. Nem todas as letras podem ocupar certas posições no interior das palavras e nem todas as letras podem vir juntas de quaisquer outras; 6. As letras notam ou substituem a pauta sonora das palavras que pronunciamos e nunca levam em conta as características físicas ou funcionais dos referentes que substituem; 7. As letras notam segmentos sonoros menores que as sílabas orais que pronunciamos; 8. As letras têm valores sonoros fixos, apesar de muitas terem mais de um valor sonoro e certos sons poderem ser notados com mais de uma letra. 9. Além de letras, na escrita de palavras usam-se, também, algumas marcas (acentos) que podem modificar a tonicidade ou o som das letras ou sílabas onde aparecem. 10. As sílabas podem variar quanto às combinações entre consoantes e vogais (CV, CCV, CVV, CVC, V, VC, VCC, CCVCC...), mas a estrutura predominante no português é a sílaba CV (consoante - vogal), e todas as sílabas do português contém, pelo menos, uma vogal.  

 

Níveis de hipóteses de escrita 

Pré-silábico 

• As crianças não diferenciam desenhos, símbolos ou letras. É bastante comum, nessa fase, encontrarmos registros de ‘tracinhos’, ‘bolinhas’ e ‘ondinhas’ enquanto as crianças ‘brincam de escrever ‘.  

 


Silábico (com e sem valor sonoro) 

• É possível de ser identificado quando percebemos que as crianças, ao fazerem a tentativa de leitura de uma determinada sequência de letras que escreveram, o fazem dividindo essa palavra em sílabas, independente dessas letras estarem relacionadas ao som que de fato produzem ou não. 

 

DIV ERN GÇS  

 

(BO    NE    CA) 

Nível silábico sem valor sonoro: Ao ler o que escreveu, a criança separa uma quantidade de letras que correspondem às sílabas da palavra BONECA, sem que essas façam relação sonora. 

O E A 

 

(BO  NE  CA) 

 

 B  N  A 

 

(BO  NE  CA) 

 

 

Nível silábico com valor sonoro: Ao escrever, a criança faz a relação da letra com seu fonema mais forte (no primeiro caso foram as vogais e no segundo, as duas primeiras sílabas as consoantes e na última sílaba a vogal), ou seja, cada letra utilizada corresponde a um fonema que compõe a sílaba. 

Silábico Alfabético • É nesse nível que as crianças passam a fazer relações mais aprofundadas acerca da composição das sílabas, pois em vez de representar uma letra para cada sílaba, percebem que é necessário ‘juntar’ determinadas letras para se conseguir os sons que as sílabas representam, ou seja, se antes escreviam BONECA com O E A, nessa fase a hipótese utilizada poderia ser:  BO – E – CA. 

 

• Os alunos apresentam “um domínio muito maior das correspondências entre grafemas e fonemas que o exigido para escrever segundo a hipótese silábica” (MORAIS, 2012, p. 62). Esse nível se constitui como uma etapa de grande aprendizado e um momento de transição entre o nível silábico e o nível alfabético. 

Alfabético • Esse é o nível final do processo de alfabetização. Quando a criança atinge essa fase, ela escreve as palavras utilizando uma letra (grafema) para cada som (fonema), mas ainda apresenta muitos erros ortográficos. 

 

• Exemplos: 

PAN (PÃO) 

ACANPAMENTO (ACAMPAMENTO) 

MÓVEU (MÓVEL) 

“O domínio da escrita alfabética, portanto, implica não só o conhecimento e o uso ‘cuidadoso’ dos valores sonoros que cada letra pode assumir, no processo de notação, mas o desenvolvimento de automatismos e agilidades nos processos de ‘tradução do oral em escrito’ (no ato de escrever) e de ‘tradução do escrito em oral’ (no ato de ler)”. (MORAIS, 2012, p. 66) 

Links e Materiais • https://www.youtube.com/watch?v=mAOXxBRaMSY - Métodos de alfabetização - Magda Soares - Entrevista - Canal Futura  • https://www.youtube.com/watch?v=wIznCg__Ad0 - Entrevista com Magda Soares - Parte I (Plataforma do Letramento) • https://www.youtube.com/watch?v=Q9_SQLyzvGo - Entrevista com Magda Soares - Parte II (Plataforma do letramento) • https://www.youtube.com/watch?v=PsJHA0AbNE4 - Entrevista com Magda Soares - Parte III (Plataforma do Letramento)  

 

• https://www.youtube.com/watch?v=1j4PT9OpmhA - Alfabetização - Unesp: Método sociolinguístico - Práticas socioconstrutivistas • https://www.youtube.com/watch?v=0h-nociJ8Sg - Conteúdos e Didática de Alfabetização • http://revistaescola.abril.com.br/alfabetizacao/ - Página com diversas reportagens, materiais e entrevistas • http://revistaescola.abril.com.br/linguaportuguesa/alfabetizacao-inicial/diagnosticoalfabetizacao-inicial-429226.shtml - Diagnóstico na alfabetização 

Níveis de escrita - 2

 https://inovareducacaodeexcelencia.com/blog/niveis-no-processo-de-alfabetizacao




Níveis no Processo de Alfabetização

Postado por inovar 08/07/2019 0 Comentários

 

Níveis no Processo de Alfabetização

 

 

As pesquisas sobre o processo de alfabetização mostram que, para poder se apropriar do nosso sistema de representação da escrita, a criança precisa construir respostas para duas questões:

 

 

O que a escrita representa?

 

 

Qual a estrutura do modo de representação da escrita?

 

 

A escola considera evidente que a escrita é “um sistema de signos que expressam sons individuais da fala” e supõe que também para a criança isso seja dado a priori.

 

 

No início do processo toda criança supõe que a escrita é uma outra forma de desenhar as coisas. No entanto, há um divórcio entre o conhecimento da letra e as hipóteses da criança a respeito da escrita.

 

 

Para a criança a escrita deveria conformar-se à sua concepção ainda realística da palavra: coisas grandes têm nomes grandes e coisas pequenas têm nomes pequenos.

 

 

A teoria que a criança construiu sobre a escrita a realidade desmente obrigando-a a construir uma nova teoria, novas hipóteses.

 

 

Ao começar a se dar conta das características formais da escrita, a criança constrói duas hipóteses que vão acompanhá-la por algum tempo durante o processo de alfabetização.

 

 

As hipóteses são as seguintes:

 

 

            a) de que é preciso um número mínimo de letras (entre duas e quatro) para que esteja escrito alguma coisa;

 

 

            b) de que é preciso um mínimo de variedade de caracteres para que uma série de letras “sirva para ler”.

 

                                                                                                                                      

Emília Ferreiro e Ana Teberosky definiram cinco níveis no processo de alfabetização que revelam as hipóteses a que chegou a criança. Elas partiram do pressuposto da teoria piagetiana – de que todo conhecimento possui uma origem – e, pelo método clínico de Piaget, observaram 108 crianças e seu funcionamento do sistema de escrita. Elas queriam entender como as crianças se apropriam da cultura escrita, criando a obra intitulada de Psicogênese da Língua Escrita, introduzida no Brasil por volta dos anos 1980. O facto de questionarem e considerarem o que as crianças sabem antes da alfabetização (da entrada na escola) modificou toda a forma de pensar da época, e ainda hoje tais ideias embasam muitos profissionais.

 

 

Nível 1 e Nível 2 - Hipótese pré-silábica (fases pictóricas, gráfica primitiva e pré-silábica propriamente dita);

 

 

  • Nível 1: A criança tem traços típicos, como linhas e formas semelhantes a emes em letra cursiva. Apenas quem escreveu sabe o que significa. Ainda não se pode distinguir desenho e escrita em seus registos, recorrendo à utilização de desenhos. A escrita deve possuir variedade de caracteres. A quantia de grafias para cada palavra deve ser constante A escrita dos nomes é proporcional à idade ou tamanho da pessoa, do animal ou do objecto a que se refere. Ela escreve boi de forma gigante e formiga de forma mínima.



     
  • Nível 2: Para ler coisas diferentes deve haver diferença na escrita. Fixa-se a quantidade mínima de caracteres para escrever – os caracteres aparecem organizados linearmente nesse nível. A forma dos caracteres está mais próxima das formas das letras e podem aparecer junto com números. A criança passa a adquirir formas fixas de escrita, utilizando letras do seu próprio nome ou letras conhecidas (aron, lido como sapo/ aorn, lido como pato/ raon, lido como casa) como fonte principal para seu registo. Cada letra não possui ainda valor sonoro por si só. Assim, a leitura permanece realizada de modo global. Predomina a escrita em letra de imprensa maiúscula.



    Nível 3 - Hipótese silábica






     
  • Aparece a hipótese silábica – a criança atribui um valor sonoro a cada sílaba das palavras que regista. As crianças relacionam a escrita à fala. Algumas crianças escrevem silabicamente, sem valor sonoro. Começa um conflito entre a hipótese silábica e a quantidade mínima de letras exigidas para que a palavra possa ser lida. Ela utiliza duas formas gráficas para escrever palavras com duas sílabas, o que vai de encontro à ideia inicial de precisar no mínimo de três caracteres.



    Nível 4 - Hipótese silábico-alfabética






     
  • Passagem da hipótese silábica para a alfabética. A criança se aproxima de uma análise de fonema a fonema. Percebe que escrever é representar progressivamente as partes sonoras das palavras.



    Nível 5 - Hipótese alfabética





 

  • A criança desenvolve uma análise fonética, produzindo escritas com hipóteses alfabéticas. Daqui para a frente, as crianças enfrentariam outros desafios, como, por exemplo, a ortografia.


     

A caracterização de cada nível não é estanque, podendo a criança estar numa determinada hipótese e mesclar conceitos do nível anterior.

 

Essa “regressão temporária” demonstra que sua hipótese ainda não está adequada a seus conceitos. São momentos do processo que se caracterizam pela evidência de contradições na conduta da criança. Neste caso percebe-se a perda da estabilidade do nível anterior e a não-organização do nível seguinte, evidenciando o conflito cognitivo.

 

Para detectar o nível de conceitualização da criança, Ferreiro e Teberosky sugerem um ditado individual de quatro palavras e uma frase.

 

O professor deve utilizar uma palavra polissílaba, uma trissílaba, uma dissílaba e uma monossílaba, respectivamente nesta ordem. A frase deve ser do mesmo campo semântico, ou seja, pertencer ao grupo das palavras que foram escolhidas.

 

O professor deve evitar ditar o monossílabo em primeiro lugar, porque sua representação é difícil para a criança. Em sua concepção o monossílabo deveria se escrever com uma única letra, mas quando se coloca uma letra só, o escrito “não pode ser lido”, ou seja, não é interpretável (hipótese silábica).

 

Na sequência, o professor precisa pedir que a criança “leia” o que escreveu a fim de entender como ela “lê”.

 

Em cada nível, a criança elabora suposições a respeito dos processos de construção da leitura e escrita, baseando-se na compreensão que possui desses processos.

 

A mudança de um nível para outro só ocorrerá quando a criança se deparar com questões que o nível em que se encontra não puder explicar.

 

Não encontrando resposta no nível em que se encontra a criança irá elaborar novas suposições e novas questões e assim por diante.

 

O processo de assimilação de conceitos é gradativo, o que não exclui “idas e vindas” entre os níveis.
 

 

 

Referências:

BARBOSA, Priscila Maria Romero. Emília Ferreiro, Ana Teberosky e a gênese da língua escrita. Educação Pública. 9 de junho de 2015. Disponível em: <https://educacaopublica.cederj.edu.br/artigos/15/11/emilia-ferreiro-ana-teberosky-e-a-gnese-da-lngua-escrita> Acesso em: 05 de julho de 2019.
CURTO, Lluís Maruny; MORILLO, Maribel Ministral; TEIXIDÓ, Manuel Miralles. Escrever e Ler: como as crianças aprendem e como o professor pode ensiná-las a escrever e ler. Trad. Ernani Rosa, Porto Alegre: Artmed, 2000. V.I; II.

 

SMOLKA, Ana Luiza Bustamante. A criança na fase inicial da escrita: a alfabetização como processo discursivo. 12.ed. São Paulo: Cortez, 2008.

 

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